quarta-feira, 14 de maio de 2014

Notas de 2014 #01 - Sobre o ato de discutir

Discutir é algo que acho muito importante. Mesmo. É até um prazer encontrar com alguns amigos (Fernando Alves, Danielle Dias, Herbertt Lima, entre outros camaradas a quem tenho grande apreço) em particular e trocarmos ideias e, algumas delas, invariavelmente, entram em conflito.

Mas é justamente na ausência de uma homogeneidade de pensamento que podemos encontrar a verdadeira graça do ato de discutir, onde as ideias irão se somar e podemos aprender muito. Um tanto por estar diante de conceitos diferentes dos nossos próprios, outro tanto pelo exercício da verbalização do nosso raciocínio e por fim, o próprio amadurecimento lógico, ratificando ou retificando pontos da questão ou mesmo o fazendo fluir, evoluir, ir adiante.

Ao meu ver, não é uma "disputa de convencimento" (que infelizmente é o conceito e a abordagem que a maioria tem) e sim uma troca de vivências, de racionalidade que pode acrescentar muito àqueles que debatem, onde o domínio do tema, racionalização e capacidade de se expressar são testados. É um exercício tanto intelectual quanto social, da mesma forma que exercitem exercícios para o corpo (afinal, a palavra "academia" pode se referir tanto para lugares onde se praticam tanto atividades físicas quanto científicas ou artísticas).

Toda atividade humana tem (ou deveria ter) o bem estar como parte essencial de sua natureza e "discussão" também entra neste bolo, embora muitas vezes as pessoas acabem se perdendo em vaidade e entrando numa questão de "eu estou certo, você esta errado, o resto não importa" - mesmo quando estas três frases não são sentenças verdadeiras. Através de inconveniências criam desconfortos desnecessários em quem esta envolvido ou presente.

A idade ocasionalmente nos presenteia com certa experiência e neste caminho, acabamos aprendendo sobre "falácias", tanto vindo de outros quanto de nós mesmos (como disse, discutir deveria ser tratado como um aprendizado de mão dupla) e reconhecê-las se torna algo extremamente útil, tanto para não cairmos dentro de nossos próprios abismos conceituais ou emocionais, enxergar e dialogar sobre caminhos adotados num debate que não estejam sendo sensatos ou mesmo (e arrisco dizer que este é um dos pontos mais importantes!) evitar inconveniências, afinal, tirar algo bom de algumas discussões as vezes exige um trabalho que árduo de paciência, educação e esforço que as vezes simplesmente não vale a pena dispender, neste mundo cheio de preconceitos arraigados em discriminação.

Esta reflexão veio depois que uma amiga me indicou a matéria "Não cometerás nenhuma dessas 24 falácias lógicas", do blog Papo de Homem.

- MWXS